Temia que muitas coisas viessem a acontecer e, por temer, doía. Ter medo de que alguma coisa se acabe é como tentar abrir a porta de um carro submerso, como tentar mergulhar na areia ou controlar os sentimentos de outrem. Mas se você ficar comigo dentro do carro, ainda que submerso, eu juro que não tento abrir a porta. A gente faz uma cabana, uma tenda, uma mansão. Enfeita de lembranças, de carinho e pinta da cor que as minhas bochechas ficam quando você me elogia. A gente ignora o que passou e o que ainda não aconteceu. Não sei, menino. Eu só tenho medo de ter medo, medo do fim, medo da dor do fim, medo das lembranças do antes-do-fim. Saiba disso, lembre disso: estou com você, mais do que me é possível, respeitando a imensuralibidade fidedigna do meu amor, da nossa cabana, da nossa cama e de nós dois.
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