All In

Quando vi, estava presa a ele de novo. Necessitava de suas palavras – boas ou más; frias ou quentes; verdade ou mentira.
As cartas estavam na mesa e eu sabia qual era o seu jogo. Sabia a próxima carta a ser jogada, e tudo que ele seria capaz de fazer para me manter na mesa, jogando. Não que ele realmente me quisesse ali, ele queria apenas o jogo, e eu sabia disso. Dispus-me a jogar, fingindo não ter nada a perder. Fingindo que não me importava e que conhecia as consequências, que não tinha medo de cair. Fingindo.
Mostrei todas as minhas cartas para aumentar a chance de vê-lo ganhar, para que ele pudesse ficar ali... Jogando, brincando comigo.
E de manhã eu penso “é melhor ficar sozinha. É tudo ou nada”, mas de noite é melhor o pouco falso do que o nada sincero... E ai... Perco-me de novo.
Existem n jeitos de te fazer ser meu, e talvez tenha escolhido a forma mais superficial. Querido, jogo é jogo. Vale tudo. Posso blefar, escancarar, quebrar a banca, como você preferir. Mantenha-me em movimento, me faça jogar. Quem sabe um dia eu desista, levante da mesa e deixe tudo pra trás. Quem sabe você sinta falta, não do jogo, mas de mim. Quem sabe você se conforme em jogar sozinho ou procure outro alguém. Quem sabe tudo, ninguém sabe nada. Vou apostar tudo e ir embora pra nunca mais voltar a jogar esse jogo feito por ti, regrado pela tua mente vazia ou cheia demais.
Estou deixando a mesa... Aproveite. Jogue sozinho seu próprio jogo.

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