Tudo tão nada
É só ir andando e sentir o vento... Os pulmões se enchendo, o coração batendo. Perfeita ordem desorganizada de mim. Além do que se vê, não vejo, não digo. Só faço. Loucura, momento, besteira. Um copo, dois, três. Tá tudo tão rápido, tão devagar. Tá tudo tão tudo, tão nada. E me perco dentro de mim, dentro do espelho que me mostra a mim também. É impulso que eu não controlo, não quero controlar. Impulso sou eu, é ele, eu e ele, simultânea e respectivamente. E choro, e canto, paro e volto a sorrir. O coração trabalha ininterruptamente mas parece parado, agitado, correndo contra mim. E o tempo que dizem que voa se arrasta pra longe dizendo: espera, eu vou voltar. E fico sentada, pensando, pensando, sem medo de cair. Cair liberta e dá medo. Dá medo e coragem, me mostra quem sou. Porque a gente mostra quem é quando não tem aonde se apoiar. Quando não tem mais o que dizer... É só a naturalidade do anormal invadindo e tirando as camadas de tudo menos de quem sou. O corpo gira e contorce, treme, sua, e grita e eu... Acordei nesse dia de domingo vazio, e singelo, e triste, e mais um pouco de mim se perde no pouco que já é, ou que nunca foi.
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