O desejo consome como um monstro que não se alimenta há anos.
Anos.
Como devoraria um monstro em tal situação?
Do mesmo modo que o desejo me consome. Ou talvez meu desejo me consuma infindáveis vezes mais.
Dói.
Mas é bom de doer.
Arde.
Mas é bom de queimar.
Porque me sinto viva e assim posso ter paixão por respirar.
Faço versos sem sentido e não me apresso – nem me preocupo – em achá-lo.
Na verdade não o procuro, porque estou aqui delirando e procurando por ti.
É que seu cheiro ainda cheira em meu pescoço.
Tua mão ainda acaricia meu corpo, que ainda estremece. Ainda enlouquece.
Acordo afoita procurando teu pulso, tua paixão e tua fome.
Tua voracidade não me deixa cair em profundo sono...
Ainda... Ainda...
Mas o que me encanta é o que tem por dentro... O que tem por dentro?
Deixe-me descobrir!
Permito-me ser descoberta. Invadida, se assim preferir.
Sei que a fome é casca, mas é dentro que habita o mais lindo dos casulos – aquele que de fato anseio ver e tocar e amar...
Palavras são necessárias, mas deixa pra depois. Gosto de ler-te. Grande livro subliminar.
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