Ansiosa demais, quero resolver tudo pra já, evitar conflitos, antecipar decisões, fugir de ataduras. Quero falar de mim, não por egoísmo, mas para adiantar o processo: fica ou vai embora? Dói quando passou-se um bom tempo e você é deixado para trás. Como se só estivessem com você porque ainda não o conheciam por completo. Que seja feito no início, então! Quando não se deixou cativar, quando ainda não faz diferença, quando ainda não dói.
Transparente, o que minha boca não conta o resto do corpo entrega. E o mundo teima em me dizer que a minha franqueza é um pecado, que é preciso esconder sentimentos, pensamentos, dores e afins. Dizem que eu assusto. Eu digo que são todos medrosos demais. Amar dói, sofrer dói, ir embora dói, ficar dói. A questão não é o tamanho da dor, mas o tamanho da sua vontade de viver todas essas coisas, sem medo, porque no fim o medo também dói. Não nasci para me sentir presa dentro de mim. Não me dou bem remoendo aquilo que sou pelo receio de não me aceitarem. Quem tem que ficar, fica.
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