Não, não resta nenhum sentimento positivamente amoroso, mas ainda assim eu não sei o que é essa tal indiferença de que tanto falam. Eu não me importo com o que você pensa, fala ou faz. Eu não fico mais nervosa ao ouvir teu nome nem tremo quando você fala comigo. Eu só me lembro de você quando ouço palavras como "decepção" e "arrependimento". Você não faz diferença nenhuma na minha vida e mesmo assim eu não sei ser indiferente.
Você veio me dizer que ia se mudar pra outra cidade e que queria se despedir de mim. Indiferentemente, disse que nós já havíamos nos despedido faz tempo. Você se achou o máximo por se fazer de bom moço a essa altura do campeonato. Meus amigos acharam você babaca por isso. Minha mãe achou você medíocre por isso. Eu não achei nada. Aí falei que queria que você fosse feliz.
Entende porque eu não sei ser indiferente? Eu não quero que você seja feliz. Não acho que você mereça isso. Então eu menti. Menti, menti, menti. Se eu te encontrar infeliz daqui dez anos eu vou me sentir culpada, mas satisfeita.
Não se ofenda. Eu nunca disse que era uma pessoa boa. Eu sou uma mulher boa, mas isso você não quis ver, então espero que você tope por aí com a minha ruindade personificada. Toda-essa-raiva que um dia foi todo-esse-amor. Não é recalque nem dor de cotovelo. É só uma vontade quase ingênua de que você se foda.
Ou seja: você vivo ou morto é indiferente, mas enquanto eu souber que você tá vivo vou querer que você se extrapole enquanto vê como eu fiquei bem. Nada pessoal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário