Olha, eu não sei como tudo se perdeu, mas se perdeu e tudo não é mais tudo, agora tudo é nada e quando era tudo também não era nada de mais, mas olha, era tudo pra mim. Quem sabe temos culpa, quem sabe não. Nem tem por que perder tempo pensando em culpa porque já passou. Não passou pra mim, mas passou pro resto. Foda-se o resto. Por que o resto vale mais que a gente? Não vale, to dizendo que não vale, nunca valeu mas todo mundo prefere ouvir o resto do que a si mesmo. Eu vi esse tudo se esvaindo e foi pacífico, mas quem ficou atormentada fui eu, vendo aquele tudo tão nosso se esmiuçando na atmosfera, se aderindo às partículas invisíveis que complementam o nosso universo. É, é bem isso. É invisível, intocável e indevido, mas paira pelo ar porque ainda sinto. Mas olha, cansei de correr atrás do vento e cansei de uma forma difícil de cansar, de um jeito esgotado, batalhado e dolorido. Minha vontade de querer seguir em frente é muito maior que a vontade de ficar aqui, inerte, tentando fazer com que o tudo não se desfaça, mas se desfez então, com licença, estou de partida. Sem drama, sem relação a discutir, sem você querendo me guardar no tal potinho das segundas opções. Não quero mais como porta de entrada quem me tem como saída de emergência. Vou aproveitar que esse tudo se perdeu e me perder também, me perder da tua vista, da tua vida, do teu leque de opções.
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