Quero que você ponha na minha frente o conhecedor de toda a ciência desse universo. O perito em exatas, humanas e todo o resto. Ponha-o em minha frente, tenho algumas coisas a serem esclarecidas.
Quero que ele ignore as exatidões, porque o que tenho em mente não descende de lógica, muito pelo contrário: não faz sentido algum. Preciso também que esqueça as artes e discursos bem elaborados, pois são apenas instrumentos de exibição.
Só quero que ele me responda por que as pessoas tanto procuram o amor, mas fogem de demonstrá-lo, e, o mais desesperador: fogem de quem o demonstra. Falei, não tem sentido. Você suplica por amor quando na verdade está pedindo um labirinto, um jogo de esconder, de procurar, mas não quer achar. Se você quer um jogo, entenda, você quer o jogo, quer jogar, e amor não é um jogo, não há recompensas no fim. Ele é a recompensa. O amor chora quando você está enlouquecido de vontade de ligar, de procurar, de dizer que sentiu saudade, mas se engole junto com todo o afeto, porque jogo é jogo, regras são regras. Mas ele pode me dizer que regras são essas? “Não esteja disponível quando tudo que você quer é mostrar que está ali independente das circunstâncias”? “Não admita que pensou nele(a) assim que acordou para não mostrar que está apaixonada(o)”? Ele pode me responder por que diabos burocratizaram o amor? Desde quando se proteger é mais bonito que amar e ser amado? Falta maturidade, isso sim. Falta neguinho admitir que não quer amor, mas diversão. Nem todos conseguem, viu? Mas é preciso. Tá na hora de as pessoas olharem pra dentro de si e serem honestas consigo mesmas. Quer jogar? Encontre alguém que jogue com você, não que ame por você. Mas se quer amar, pelo amor de Deus, para de fazer o João-Sem-Braço e seja homem pra assumir. Jabor disse sabiamente: “Ser livre (...) é ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento.”
Você não tem que “criar vergonha na cara e parar de ir atrás”. Você precisa é ser sem vergonha e assumir esse sentimento cara de pau.
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