Seu amor

Hoje me deu uma saudade absurda de você. Vontadezinha besta de ficar te olhando falar com teus trejeitos e manias. Sentar do teu lado para cumprir o ritual como manda o figurino: eu me sento, você encosta a cabeça no meu ombro e naquele momento temos tudo e não temos nada, mas temos aquilo ali e aquilo ali basta. Me ser e ver que você ama quando faço isso, quando eu me sou, quando me permito com os meus delírios, minhas filosofias e todo o meu amor de ontem que se renova a cada madrugada, que aí se torna amor de hoje e amor de amanhã, mas não importa; todo o seu amor, porque de meu ele não tem nada. Saudade do teu olhar me olhando, quase que me estudando como quem diz “um dia te entendo... um dia chego lá.”. Sempre fomos nós e as palavras, nós e as promessas, nós e os abraços, então sinto falta de sermos nós apenas. Nós a sós. Chegar em (nossa) casa, trocar as minhas roupas pelas tuas, me deitar ao teu lado no sofá e ouvir teu coração bater. Descobrir teu sexo, teu corpo, tua alma, teu ego. Superar o abstrato, tornar real – não só físico. Fecho os olhos e te vejo, apagadinho como toda boa memória não regada, mas vejo e não sei se alivia ou agrava a minha falta de você. Pela sua ausência me deito sozinha, fecho os olhos e finjo que você está lá, em silêncio. Zelo por esse meu/seu amor que tanto já desprezei, mas que hoje me entrego e me esbaldo para que, na minha e na sua chegada, você não encontre nada além de mim e do amor que tenho pra te amar. O antes já não me importa, só sei que te amo tanto, e te preciso mais e mais.

Com amor,

sua pequena.

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