“Eu-sou-o-amor-da-sua-vida” disse ele, persuasivo, até um tanto convincente, procurando no olhar dela algum retorno, alguma conexão de pensamento. Mas o que seria ser o amor da vida? Limitamos o amor a quantidade e não a gênero-amor apenas? É amando que se aprende, talvez? Não que vá contra a lei de “almas gêmeas”, só complementando, já que podemos amar certo, errado, torto e mal cheiroso, mas podemos amar. Nalguma esquina dessa vida me disseram que amor não se conjuga no passado, então enquanto não for passado não saberemos se é de fato amor e é nisso que a vida nos prega a peça de estarmos vendados diante às circunstancias nada favoráveis a nós.
É complicado, garoto. Cada vez que o ar passa pelos seus pulmões o amor tá junto. A ansiedade e aquele embrulho no estômago típico de montanha russa. Pela primeira vez passamos a sentir a vida de dentro pra fora, o que não sabemos se é bom ou ruim, já que quando dói, também dói dentro, mas não de dentro pra fora; dói dentro e lá fica. Chega à superfície – rostos entristecidos, diálogos monossilábicos, lágrimas quentes – e ali se acomoda.
Negar o amor é impossível, procurá-lo é exaustivo, aceitá-lo é esquecer-se de si. Toda essa paródia serve apenas para lembrar que não temos o controle sobre o amor. Ah, danado... É invisível, debochado, ousado, tímido, infinito... E faz tudo isso conosco.
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