Não quero que você se justifique. Qualquer que seja a explicação vai me deixar com asco ou derretida o suficiente pra ver você como um menino desprotegido de novo. Eu passei muito tempo vendo você assim, como um garoto frágil dentro do corpo de um homem aparentemente seguro de si. Eu aprendi da pior forma que não, você não é um coração ferido e vulnerável disfarçado por noitadas vazias. Você é cada noite promíscua e solitária. Você é cada mentira e cada ligação não atendida. Você é a vontade de me ver às quatro da manhã porque tava muito ocupado mais cedo pertencendo à outra realidade. Eu tentei provar pra mim que você era um cara bom tentando ser ruim. E olha que surpresa, você era um cara ruim tentando desesperadamente ser bom. E nem assim, desesperadamente, você conseguiu.
“O cão voltou ao seu próprio vômito.”. Como você se sente agora que ninguém mais acredita na sua possível sensibilidade? Como você se olha no espelho sabendo que você se deixou morrer e que não restou nada a ser salvo? Não sei como você lida com a sua desistência, mas eu sei como lidei comigo depois das inúmeras tentativas de te resgatar pra mim.
Talvez a culpa seja minha por ter essa mania de super-heroína que me faz querer o pior pra tentar transformar no melhor. Talvez a culpa seja tua por ter se deixado levar pelo breu de não sentir nada. A única culpa da qual tenho certeza é a nossa, por sermos de caminhos tão diferentes e mesmo assim termos insistido em cruzá-los.
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