Eu quis ser colo e fui abrigo, um refúgio mágico e intelectual pra tua vida real e séria demais. Eu quis consertar e acabei por desestruturar cada edificação da tua vida-super-idealizada. Eu quis, através desse amor, te amar de uma maneira como ninguém havia te amado, mas tu não querias um amor diferente, querias só qualquer amor. Eu nunca tive qualquer amor. Nunca amei de qualquer jeito. Eu nunca amei menos que demais.
Tu querias um tudo além do inteiro que eu era, e eu nunca soube dividir espaço com outras imensidões. Tu querias, na verdade, o que nem podias suportar. Cobiçavas uma porção de infinitudes dentro da tua mente limitada. Trinta passos maiores que tuas pernas e o doce desajuste de querer ser silêncio e acabar sendo transtorno.
Mesmo com toda a tua presunção, eu te queria sem disputa. Parei de jogar ainda que houvesse um jogo, porque sabia que o resultado seria você não tendo espaço pra mim e toda a minha profundidade. Sem ressentimentos. O erro passou a ser meu quando exigi demais de quem queria muito não tendo nada a oferecer.
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