Fui eu quem se escondeu

Nunca vou me esquecer daquele show do Skank. O fatídico show do “nosso” Skank. Talvez porque era uma das minhas bandas favoritas, talvez porque ela me trazia lembranças do teu cuidado, talvez os dois; não sei.

Combinamos por alto de nos encontrarmos lá, sem muito entusiasmo ou certeza. “Um dia ela já vai achar um cara que lhe queira como você não quis fazer...”. Me lembrei de você dizendo como essa era a nossa música. Caía uma chuva torrencial que, por gentileza, disfarçava minhas lágrimas. Por impulso, entrei na multidão de rostos estranhos pra tentar te encontrar. “Se a sorte lhe sorrir por que não sorrir de volta?” - não sei também.

Você não tava lá. Ironia, não? Apesar de óbvio, a gente demora muito pra entender que não é possível encontrar quem não quer ser encontrado. Nós nunca vamos encontrar quem “não está lá”, e não podemos possuir quem não se entrega. Naquela noite a tua ausência foi acidental. Não era pra ser, objetivamente falando. Mas em todas as outras noites, fui eu quem se escondeu.

Me desculpa por não ter sorrido de volta. Me desculpa por não ter me entregado. Eu nem sei se se pede desculpa por isso e também não sei se isso é desculpável, mas eu não sei o que falar. Não sei como justificar a minha ausência no meio da tua presença. Só queria ser mais clara e dizer que me importo e sinto muito.

É, é isso. Me-desculpa-sinto-muito, e vou sentir mais ainda quando você parar de me procurar na multidão de rostos estranhos.

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