O único amor

Eu achava que amor bandido era bom. Que amor conturbado era amor romântico e que brigar sempre era a prova de que os opostos se atraem, e que isso é lindo. Eu achava que não ser correspondida era charmoso e ser confundida, emocionante. Eu achava que esse tipo de amor era amor.

Até que eu percebi que como Cazuza, eu queria a sorte de um amor tranquilo. Eu queria o amor-amor. Amor que se doa e se dói. Amor que se perdoa antes mesmo de brigar e depois briga porque quer assumir a culpa. Ah, amor que não culpa! Amor que entende como um amigo, apoia como uma mãe e te mostra caminhos como a vida. Amor que dá vida. Que te incentiva a ser melhor ao invés de fazer você se olhar no espelho procurando por imperfeições. Amor que te aceita, te rouba e não te devolve. E que te protege.

Depois de me cansar nos labirintos que eu mesma criava, descansei. E resolvi que só lutaria novamente uma luta a meu favor. Eu lutava por um sentimento que me consumia e perturbava. Eu entrei num campo de batalha e me coloquei como alvo, tudo por achar que amor que faz sofrer é o amor "certo". A gente sofre quando ama, mas não é o amor que nos apunhala. A gente sofre porque cuida, porque tem medo, porque anseia pelo próximo tanto quanto a si mesmo. Mas esse sentimento deturpado diz que você não é bom o bastante, quando na verdade o amor-amor te vê como além das expectativas. Te admira e agradece por ter te encontrado.

Eu entendi que o que eu precisava era dormir em paz. Feliz. Sem brincar de adivinhar se me quer ou não. Porque amor sabe quando ama, e ama enfim. É tão melhor chorar de saudade, arder de desejo, brigar por e não com alguém.
Amor-amor é amar do mesmo jeito que se quer ser amado. E quando é amor-amor, amor tranquilo, é sereno na maior das tempestades.



                                                                               
                                                                                                                                  Ao meu amor-amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário