Quando não tem você

Quando eu chego em casa sozinha é que eu percebo. Tomar banho, catar alguma coisa na geladeira pra comer, deitar e ligar a TV. É quando eu faço essas coisas corriqueiras que eu percebo que o mais banal se torna o melhor na tua companhia. Me perdoa pelo tamanho da cafonice, mas tomar banho é apenas uma necessidade fisiológica sem você pra me cheirar depois. E dizer que tá bonito assim, de cabelo molhado e sem maquiagem, só enrolada no teu lençol.
E apesar de irritante, comer sem ouvir você dizendo que "desse jeito" eu nunca vou emagrecer, é sem graça. Deitar não tem o mesmo aconchego se não é no teu peito, ouvindo o ar entrando em teus pulmões.

Mais do que a pessoa que me mostrou coisas novas, você é também quem me fez olhar de novo para as coisas de todo dia. O valor de ter minhas pernas enroscadas nas tuas enquanto fazemos nada. A dimensão de me sentir exposta com meio segundo do teu olhar. A plenitude que alcanço quando seguro tua mão. Você.

Olha, eu nem sei a gravidade do meu caso, mas eu peço para que a semana passe correndo pra eu ir voando pro teu chuveiro e pra tua geladeira e pra tua cama. Quando eu chego em casa sozinha é que eu percebo que minha alegria fica tristinha quando não tem você me observando enquanto eu falo sem parar sobre as coisas mais insignificantes do mundo. E às vezes eu me encontro no caos do centro da cidade e mentalizo nós dois, no silêncio do teu quarto, entrelaçados, enquanto você sussurra que vai ficar tudo bem.

Ah, porque até as coisas boas não são tão boas sem você aqui. E tudo que é ruim acaba virando tempestade em copo d'água, porque se tem você, tem paz. Você é o conforto do fim do dia e o primeiro sorriso da manhã. E torna tudo mais bonito, sempre.

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