A última carta

Olha, eu não sou o protótipo da perfeição. Mas quem é? Eu não vou conseguir te fazer feliz o tempo todo. Eu não tenho a pretensão de dividir a sua vida em “antes de mim” e “depois de mim”. Muitas vezes eu não agrado nem a mim, o que torna a tarefa de agradar você ainda mais complicada. Sou excêntrica, acostume-se. Sou infantil quando não preciso e madura pra situações triviais. Acontece; sou uma confusão. É difícil me fazer chorar, o que não significa que eu não seja sensível e careça de proteção. Tenho surtos de rebeldia e submissão. Consigo te amar e te abominar duzentas vezes por segundo sem problema algum. Você não precisa mudar por mim, mude por você. Quero sim virar teu mundo de cabeça pra baixo e te fazer acreditar em tudo que você sempre julgou ser improvável. Você sabe do que eu to falando, não sabe? É que eu não vim prometer o que eu não posso dar, mas o que eu tiver pra dar é seu se você quiser. Vim dizer pra pensar bem... Não sei, sinto que as coisas estão se afunilando, que o tempo tá acabando e que é hora de decidir. Eu sempre, sempre estive aqui. Mesmo que em outro lugar, com outra pessoa, eu sempre estive aqui. E devo ter todas as feministas contra mim agora por me entregar assim, mas você sabe que não dá pra esconder por muito tempo. Até porque vim pedir pra que você decida, não é? Arrisque. Eu sei que mexo com você e que você não tem certeza se quer ficar sem mim definitivamente. Mas preciso que você decida se quer ficar comigo. Não sei se pra já, mas se faça essa pergunta: “será que a gente é pra ser da gente? Assim, um do outro?” É loucura, eu sei, mas você não vai saber se não tentar. Eu não vou saber se você não tentar. E você, quando se lembrar de mim, vai ficar pensando em como poderia ter sido. Então enquanto ainda há tempo, faça essa loucura. Ainda tem mais tantos lados de mim que você não conhece... Tantas outras faces pra você se apaixonar... Cria coragem e dá o primeiro passo, que depois a gente caminha junto.

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