Virei abóbora

Hoje me deu vontade de escrever algo pra ti. Não tô arrependida de nada que aconteceu nem do que deixou de acontecer. Só deu saudade. Li seu poema sobre a dama, sua carta abrindo mão de mim, e achei que talvez isso pudesse ser uma retribuição por você ter me visto como você me via. Nem sei se foi por ego, por carência ou pelo simples fato de que você passou a fazer parte dos meus dias, mesmo que de longe. Talvez nem seja justo eu te mandar isso a essa altura do tempo, mas não quero que você ache que está tudo sempre bem pra mim. Acontece que as pessoas, e eu me incluo nisso desgraçadamente, gostam de gostar de quem não gosta delas de volta. Você sabe do que eu tô falando, e talvez já tenha passado por isso. Eu tava bem com o que a gente tinha. Não queria recuar, nem avançar. Começou a me fazer mal. Passei a ser o tipo de pessoa que sempre me deu aversão. Entre avançar sem certeza e recuar com o coração na mão, preferi te poupar. Talvez hoje você me diga que nem sentia nada demais além da curiosidade de ter aquilo que era até então inalcançável. Sempre quis ter algo pra escrever pra você, e nunca imaginei que seria fruto dessas circunstâncias. Essas linhas tão lotadas de talvez, de coisas que não sei, que não fiz, sei lá. Eu nem gosto de falar sobre sentimento porque clichê é uma merda das grandes. Você sempre vai ter uma parte nos meus dias. Sempre vai ser a imagem sonora ao tocar Skank. Eu prometo, ainda que isso não valha mais nada pra você. E mesmo que se valer, não adiante de nada. Eu quero você feliz, sei que você tá sendo. Beijo da dama, que saiu do salto e hoje é a gata borralheira da sua história de amor, sem sequer virar cinderela depois.

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